sexta-feira, 5 de abril de 2013

Da Influência dos Espelhos

"Tu lembras daqueles espelhos côncavos ou convexos que em certos estabelecimentos os proprietários colocavam à entrada para atrair fregueses, achatando-os, alongando-os, deformando-os nas mais estranhas configurações? Nós, as crianças de então, achávamos uma bruta graça, por saber que era tudo ilusão, embora nem conhecêssemos o sentido da palavra "ilusão".
Não, nós bem sabíamos o que era aquilo!
Depois ao crescer, descobrimos que, para os outros, nós não éramos precisamente isto que somos, mas aquilo que os outros veem.
Cuidado, incauto leitor! Há alguns casos na vida, em que alguns acabam adaptando-se a essas imagens enganosas, despersonalizando-se num segundo "eu".
Que pode uma alma, ainda por cima invisível, contra o testemunho de milhares de espelhos?
Eis aqui um grave assunto para um conto, uma novela, um romance, ou uma tese de mestrado em Psicologia."

Mário Quintana

Ariel Cabeça de Papel

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